Livro de Deolinda Reis distinguido no mês de maio de 2024.
No âmbito da promoção da literatura e da música produzida por autores de, ou ligados a, Rio Tinto, a Junta de Freguesia de Rio Tinto distingue, durante o mês de maio de 2024, Deolinda Reis pela obra "A caminho de qualquer lugar".
Nota da autora
Haverá alguma diferença entre os migrantes de 1940 e os actuais? A situação é similar – pessoas em fuga sentido o rasto do desespero no céu das suas bocas, usando os trilhos do caminho-de-ferro como “caminho” -, mas setenta anos separam as imagens que gravámos nas nossas memórias, de alemães da Polonia que tentavam chegar a Berlim, e, hoje, somos confrontados com as imagens arrepiantes dos refugiados que não param de entrar a pé na Europa, utilizando, muitos deles, o mesmo “caminho”, de respiração suspensa por conta do cheiro exalado pela sua terra que se veem obrigados a deixar.
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Contra capa
Narrado na primeira pessoa, “A caminho de qualquer lugar” é um misto de romance e diário de bordo de uma jovem idealista que, acompanhada pelo seu amigo Rodrigo, recusa render-se à indiferença sentada no sofá perante a tragédia dos refugiados e, por isso, enceta uma viagem pelos caminhos da Europa e de África pisados pelas vitimas das guerras e dos mais despudorados e ignóbeis ultrajes aos direitos humanos.
Na mão leva a sua “bíblia”, um conjunto de cartas escritas, oito décadas antes, pelo cônsul português em Bordéus na época, Aristides de Sousa Mendes, que, desobedecendo a Salazar, obedece ao mais elementar princípio de ser cúmplice com o ser humano injustamente perseguido e vilipendiado.
Para o leitor fica esta evidente analogia e consequente lição: a condição de refugiado é a mesma, ontem e hoje; a melhor homenagem a quem foi um ser verdadeiro humano (Aristides de Sousa Mendes) não é o erguer estátuas, mas sim pisar o mesmo caminho ao lado de quem foge à injustiça e ao horror sem sentido.
O livro encontra-se à venda na Secretaria da Junta de Freguesia, com um desconto de 25% (preço total: 10,50€).